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quinta-feira, 1 de abril de 2010

EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO: UMA QUESTÃO DE CIDADANIA

A educação para o trânsito é uma questão muito mais ampla que parece. As estatísticas nos mostram que embora estejamos, desde a implantação do novo Código de Trânsito Brasileiro e Japonês, mais preocupados com as informações e a formação do cidadão nesta área ainda há muito que mudar no quadro do trânsito de ambos dos países. As mudanças de comportamento da qual tanto falam é maior que a questão do trânsito, pois envolve valores, padrões culturais e conscientização.

O homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Embora a ética não se confunda com a política, cada uma tendo seu campo específico, elas se relacionam necessariamente. Por um lado, a política, ao estender a justiça social a todos, permite a melhor formação moral dos indivíduos. Por outro lado, as exigências éticas não se separam da ação dos governantes, que devem interpor seus interesses pessoais aos coletivos. Estabelecer a dialética entre o privado e o público é tarefa das mais difíceis e exige aprendizagem e têmpera. É assim que se forja o caráter das pessoas. Então, como educar e formar cidadãos no contexto atual? Este é o grande desafio do educador hoje.

O Portal Proiet diz que “O trânsito não é apenas um problema ‘técnico’, mas, sobretudo, uma questão social e política diretamente ligada às características da nossa sociedade. Para entender o trânsito, portanto, não basta discutir os problemas do dia-a-dia, como congestionamentos e acidentes, é preciso analisar como o trânsito se forma; como as pessoas participam dele, quais são seus interesses e necessidades...” O ser humano é capaz de controlar os impulsos e seu comportamento através do uso da razão. As atitudes são formadas a partir de interações do sujeito com o ambiente, e a impunidade favorece a manutenção do comportamento inadequado e da insegurança.

O consumismo e a competitividade da modernidade têm tornado as sociedades violentas, carentes de convivência social solidária e ética. O trânsito não foge a esta regra – notícias de mortes, mutilações e a produção de uma população de deficientes físicos (produzidos por TCE-traumatismo cerebral encefálico) têm povoado a mídia que já trata com banalidade este quadro assustador.

O homem urbano, individualista, massacrado pelo sistema de produção, e, obrigado a desempenhar funções que não escolheu em um ritmo que não é o seu, acha-se muito distante daquilo que poderíamos considerar uma boa qualidade de vida. “Independentes do progresso técnico atingido, são altos os níveis de alienação humana no trabalho, no consumo, no lazer.” O trânsito é mais que um espaço geográfico, físico, é o espaço da cidadania. Pobres, ricos, negros, brancos, pessoas portadoras de deficiências, mulheres, crianças, idosos, policiais, patrões, trabalhadores, seguidores de religiões, membros de diversos partidos políticos, das organizações sindicais e comunitárias se relacionam no trânsito - todos são iguais perante a lei e têm o direito de ir e vir – desde que com segurança para todos.

Se faz necessário um trabalho educativo, preventivo, interventivo e normativo eficaz. Assim poderemos ter um trânsito com paz e segurança. Há a necessidade de um trabalho direcionado a cada grupo que compõe o trânsito, tanto falando nos diversos papéis nele assumidos (condutor, passageiro, morador, pedestre, ciclista, motociclista, condutor de veículo de tração animal ou propulsão humana, como na faixa etária de cada um). A participação política não se faz somente através do voto, mas, principalmente, fiscalizando e exigindo do governo que aplique os recursos públicos em atividades e obras que sejam do interesse de toda a população.

Ao invés de construir uma grande obra, que benêficie apenas alguns, é necessário atender aos aspectos mais importantes da vida da população. Diante de uma realidade que não nos satisfaz temos o conhecimento e o preparo para exigir dos governantes a vontade política para alterar o quadro vigente. Assim, diante de um quadro de acidentalidade assustador (morre-se no trânsito, mais do que em muitas guerras), o cidadão preparado, terá condições de mudar essa realidade. A educação é, sim, o começo da solução; é o caminho para terminarmos com a violência; para aprendermos a ser éticos e para exigirmos o bom comportamento ético de nossos governantes.

O Japão é um país que tem apostado na educação e conscientização de trânsito, mas necessita da nossa ajuda para isso dar certo como forma de desenvolvimento e de solução para os problemas. Então:
“VAMOS NOS AJUDAR APOSTANDO NESTA IDÉIA”.

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