Páginas

segunda-feira, 29 de março de 2010

TEATRO PROIET-VISÃO, META E PERSPECTIVA.

Contexto sócio-político-cultural do trânsito
Vivemos num contexto que estimula o individualismo e a competição. A todo instante e de todos os lados, recebemos mensagens e até mesmo pressões para nos preocuparmos principalmente com nossos interesses e para considerar os outros como adversários. Para sermos continuamente competitivos, acabamos nos tornando individualistas. Com isto, manter um comportamento ético e solidário, muitas vezes, torna-se difícil. O respeito às diferenças e aos direitos individuais não têm espaço e a vida torna-se uma aventura perigosa.

O trânsito reflete esta crise de valores. Diante do mito do carro, objeto símbolo de poder e status, o ser humano fica relegado a um segundo plano. O carro passou a ser o dono das ruas e o homem faz tudo para possuí-lo. O ser humano deixou de ser senhor para ser servo da máquina: o homem vale a potência de seu carro e sua habilidade ao volante. Nesta segunda posição, as diferenças sociais demarcam ainda mais o valor do ser humano como cidadão. Neste sentido, o contexto do Sistema de Transporte aprofunda e destaca as questões éticas associadas ao valor do homem. O trânsito é palco que revela o individualismo, a impunidade e a falta de solidariedade.

A mídia reforça os valores de competição, risco e hedonismo desmedido, colaborando para uma conduta irresponsável e agressiva. O prazer de "correr risco" é valorizado como comportamento jovial e "contestador". A alta velocidade é veiculada como sinônimo de "liberdade" e poder. O "outro" é quem deve ser sempre culpado, independentemente das circunstâncias. Desta forma, sob a perspectiva da antropologia social, o automóvel torna-se símbolo da violência .

A rua se transforma em arena de disputas, onde vale a "lei do mais forte". O resultado desta batalha diária é o elevado número de acidentes e mortes no trânsito que destrói vidas e esperanças de muitos. Esta situação é muito mais dramática quando ocorre com as crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, que morrem mais pelo trânsito do que por qualquer outra doença, violência ou acidente: o carro tornou-se o predador de crianças e adolescentes

Nenhum comentário:

Postar um comentário