Conscientização deve ser a palavra de ordem, mas o medo da água fria só vem, infelizmente, quando o gato já está escaldado. Embora a situação original seja irremediável, uma vítima de atropelamento vai certamente pensar mais de uma vez antes de atravessar novamente a via – desde, é claro, que tenha sobrevivido ao atropelamento.
Um motorista embriagado, que condenou o resto da vida na semi-mobilidade de uma cadeira de rodas, vai amargar a ressaca da vida duas vezes:
- por saber que as coisas poderiam ter sido diferentes e por experimentar que agora não dá mais para escolher.
Mas não é o caso de privilegiar a desesperança. As pessoas conscientes de que a vida pode acabar por causa da demora de uma fração de segundo para pisar no freio, estão aí para garimpar soluções, não para levar flores ou bombons aos convalescentes – ou, em muitos casos, abraços de condolências à família. O trabalho dessas pessoas parte do conceito inarredável de que o ser humano tem solução, sim. A lapidação é possível até nas pedras mais toscas...
Para essa preservação da vida no trânsito, existem entidades que buscam encontrar caminhos que revertam a tendência suicida de grande parte dos atores do trânsito. Seu objetivo é conscientizar a sociedade, como um todo, de que o ser humano é a parte mais frágil, inconseqüente e insubstituível do cenário do trânsito. Isso é importante e urgente, pois a vida, a única que temos, não é restituível.
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