segunda-feira, 29 de março de 2010
Levantando algumas questões
• O que levaria o ser humano a colocar sua integridade física em risco? Irresponsabilidade ou desconhecimento? Insensibilidade ou inconsciência? Inocência ou burrice?
• Por que um garoto insiste em empinar sua bicicleta bem no meio do asfalto de uma rodovia, confrontando o tráfego em contrário, que passa a centímetros dele? Não lhe passa pela cabeça que um simples tombo sob as rodas de um caminhão pode causar danos irreparáveis?
• Por que um pedestre insiste em driblar os veículos para atravessar a rua com o sinal desfavorável? Falta-lhe consciência de que, apesar de ser uma área de proteção, a faixa de segurança não é suficiente?
A consciência da finitude humana começa a chegar, nas mentes equilibradas, a partir de uma certa maturidade. Algumas décadas de vida são suficientes para que as pessoas passem a ter medo de altura, a pensar duas vezes antes de mergulhar numa água escura e desconhecida, a precaver-se e desligar o disjuntor antes de aventurar-se numa tomada elétrica com defeito.
Mas nem mesmo a maturidade traz a consciência de que um choque elétrico ou o mergulho em águas traiçoeiras podem ser menos danosos do que um acidente de trânsito. Alguém que tem medo de altura, mas dirige feito um doido, sabe por acaso que bater o carro a sessenta por hora equivale a cair do sétimo andar de um prédio? Não podemos condenar o otimismo, mas esse sentimento não é um dos mais adequados quando a vida humana está em jogo.
Não é aconselhável pensar sempre que tudo vai dar certo, quando, se algum pequeno desvio desmentir esse pensamento positivo, uma juventude inteira pode ser ceifada:
- um piscar de olhos pode ser suficiente para que toda uma vida de otimismo seja transformada no amargor de um futuro destruído – isso quando ainda resta futuro para ser lamentado.
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