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sábado, 7 de agosto de 2010

Saiba como evitar a 'herança maldita' na hora de comprar um carro usado

Comprar um carro zero quilômetro requer pesquisas em série: sobre concessionárias, promoções, juros e relação custo-benefício. A aquisição de um veículo usado, no entanto, exige cuidados que vão um pouco além desses. Um automóvel que já circulou pelas ruas e estradas pode esconder problemas difíceis de captar à primeira vista, das marcas de pequenas batidas às "sequelas" de enchentes.

Em situações assim também devesse tomar cuidado com as adulterações no hodômetro de mais de 30 mil quilômetros que podem ser percebidas pelos pneus e pelo pedal da embreagem. De acordo com especialistas, o pedal da embreagem tem validade entre 60 mil quilômetros e 70 mil quilômetros. Um pedal “cansado” é aquele que fica pesado ao colocar o pé. Também é importante testar a primeira marcha e a ré. “Se a marcha engatou sem arranhar, é um bom sinal”, explica especialistas.

Especialistas destacam também que a primeira troca de pneus acontece entre 50 mil e 60 mil quilômetros rodados. “Se o pneu estiver muito novo e o hodômetro apontar 40 mil quilômetros, fique esperto. Nessa quilometragem o pneu já deve estar gasto, mas ainda bom para usar”.

Ainda sobre o estado dos pneus, especialistas ressalta que o desgaste deve estar uniforme, principalmente dos pneus da frente. Segundo ele, se houver desgaste maior na parte externa ou na parte interna, o carro está desalinhado, o que indica problemas na suspensão. “Se passar a mão e sentir uma escadinha, também é indicação de problemas”, afirma. Tirar o estepe do porta-malas para checagem é outra medida importante. “Pode acontecer de o carro ser vendido com o estepe furado”.

O interior do carro é outro ponto que revela o tempo de uso do veículo. Apenas veículos com mais de 70 mil quilômetros rodados possuem desgastes nas alavancas de freio de mão, no couro que envolve a alavanca do câmbio e nas borrachas dos pedais — estas chegam a ficar carecas. Já os volantes apresentam desgaste com 60 mil quilômetros, devido à ação do ácido úrico encontrado no suor das mãos. Bancos abaulados também indicam o tempo de uso do carro.

Outra forma de verificar se a quilometragem é compatível com o indicado é pelo manual do carro, em que ficam registradas as revisões, ou por notas fiscais que comprovem serviços efetuados no veículo. “Peça o manual para o antigo proprietário. Lá constam todas as revisões com data e quilometragem, assim é possível ver se há proporcionalidade com a quilometragem atual do modelo”.

Como em muitos casos o manual não existe mais. “Nelas estarão a mesma relação que aparecem no manual com as revisões”, diz. “Se a pessoa não tiver o manual, nem as notas fiscais, então o jeito é verificar pneus e embreagem.

O próximo passo é identificar ruídos. Recomenda-se, que o cliente faça um test-drive com o carro e passe por buracos, para sentir rangidos na suspensão e no freio. Em relação ao motor, fique atento se há ruídos contínuos no rolamento. “Tipo o barulho de liquidificador”, exemplifica. Outro aspecto para ser verificado é se o carro tende para um lado ou para outro. “Durante a avaliação na rua, faça em silêncio, para nenhum barulho passar despercebido”, aconselha.

Batidas e enchentes
De volta à loja, pare o carro e abra o capô em um local claro. O primeiro item a ser verificado é a viga de metal que fica sobre os faróis. Se a iluminação ainda for a original, nessa parte haverá selos de fábrica. “Quando o carro bate de frente, normalmente, afeta os faróis. Quando as peças são de reposição, elas não possuem esse selo de certificação da fábrica”, explica o especialista

Em seguida, faça a vistoria do compartimento do motor e procure vazamentos de óleo e resíduos de massa de funilaria, que é um pó esbranquiçado e fino. “Se este resíduo está no compartimento do motor, significa que o carro saiu de reparo”. No mesmo local, cheque os parafusos de fixação dos para-lamas laterais, que são pintados em preto. “Quando a pessoa troca o para-lama, tira a tinta do parafuso, deixando marcas. Mas não se preocupe com risquinhos.”
É importante notar se o número do chassi está raspado e o estado de conservação do motor. “Tem carros com mais de 100 mil km que pode ser considerado semi novo de tão bem conservado”.

Para não comprar o “mico” de um carro que ficou na enchente, especialistas recomenda que se verifique o óleo. De acordo com ele, o lubrificante tem que estar marrom. “Se estiver esbranquiçado é porque entrou água de enchente no motor”, observa. Cheiro de mofo no interior do carro também é indicação de que entrou água no carro.

Cuidados extras
Os especialistas aconselham os consumidores a contratar um mecânico de confiança para fazer a vistoria do carro, caso não estejam seguros para avaliar por si mesmos. Após a compra, eles afirmam que a verificação é necessária, assim como a troca da correia dentada e do filtro de óleo. “A correia dentada é o coração do carro. Por via das dúvidas, é melhor trocar”.

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